1 de setembro de 2008

Acreditar

Sempre tive um diário. Desde pequenina.
Ao longo do tempo as palavras foram rareando e os motivos de interesse escasseando.
Até dá gosto ler os meus diários de pequena, com os relatos dos inúmeros e entusiasmantes acontecimentos do meu dia a dia - não sei se é claro, mas estou a ser irónica!.
Hoje em dia os meus relatos são mais profundos, assim como os motivos que me levam a pegar na caneta, mas muito, muito raros.
Tornei-me desinteressante! Ou sempre fui e apenas me tornei mais realista!
Mas há algo que se mantém ao longo do tempo, o motivo que me leva a escrever é quase sempre porque estou triste ou melancólica ou nostálgica.
Quem ler o meu diário (já lá vai o tempo em que, ingloriamente, o escondia para que ninguém lesse tão coloridos relatos) há-de ficar a pensar que a minha vida é uma tristeza.
Mas não é! Pelo contrário eu sou uma pessoa feliz. Gente feliz mas com lágrimas que chorar também faz bem e é saudável.
E hoje apetece-me chorar, não porque seja infeliz, não porque o meu trabalho seja uma desgraça, mas porque estou triste e estar triste faz parte da vida tanto como estar alegre.
No dia em que um menino morrer e eu ficar indiferente, será o dia em que não fará sentido continuar a Acreditar.

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